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Bom para a Noruega. E para o Pará?

Lúcio Flávio Pinto - 07/05/2024

A Alunorte, instalada em Barcarena, no Pará, sendo a maior fábrica de alumina do mundo fora da China, está alinhada com a estratégia global da Hydro, a multinacional norueguesa com a mlyinacional do capital. Tanto o plano estratégico da Alunorte quanto as “ambições” da Hydro, a multinacional norueguesa, que a controla, é “minimizar o impacto ambiental de nossas gerações na cadeia de valor do alumínio”.

 

Alunorte: transparência reduzida

 

Em seu balanço de 2023, divulgado sem propaganda na semana passada, a empresa diz que foram positivos os resultados das metas de eficiência em relação ao meio ambiente. A exceção foi a elaboração do indicador de emissões de gases de efeito estufa, em razão das dificuldades representadas pela substituição da matriz energética da companhia. O embaraço foi no fornecimento de gás natural que abastecerá as caldeiras e calcinadores da produção em substituição ao óleo combustível.

 

A Alunorte aponta este projeto como um dos principais relacionados à iniciativa de descarbonização dos seus produtos, que está alinhada às metas fixadas pela Hydro de reduzir 30% das emissões de gás carbônico até 2030. O projeto, instalado no ano passado, entrou em operação com a chegada do primeiro navio-tanque transportando gás natural. Dessa maneira, a Alunorte colocará em operação seus primeiros calcinadores e caldeiras a gás natural.

 

Apesar dos problemas com a troca da matriz energética, a Alunorte deu continuidade aos projetos de descarbonização. Os bons resultados desses projetos (um deles é a mistura de caroço de açaí ao carvão mineral para reduzir as emissões pela queima de óleo combustível) demonstra “a aderência da Alunorte quanto às ambições ambientais da Hydro em seu processo produtivo”.

 

Um resultado considerado muito positivo para atingir a meta global fixada pela multinacional norueguesa para eliminar a necessidade de abertura de novas áreas e estruturas de destinação final de resíduos do processo produtivo. No ano passado, a empresa conseguiu recuperar 66% dos resíduos de hidrato, que representam 70% de todos os teores gerados na transformação do minério de bauxita em alumina (e, em seguida, em metak bruto na metalurgia). Assim, uma grande parcela de material deixou de ser destinado aos depósitos de rejeitos, sendo reinserido no processo produtivo.

 

Neste ano, o projeto deverá abranger a totalidade dos rejeitos gerados. A Hydro poderá deixar de colocar nos depósitos de rejeitos aqueles com potencial de reinserção.

 

A Hydro “definiu metas e ambições de sustentabilidade. A meta em relação ao resíduo de bauxita é chegar a 10% em 2030 e eliminar a necessidade de contratar novas estruturas para estocagem permanente de bauxita até 2050. Assim, espera “mitigar a mão pesada ambiental da lavra do minério, realizada também no Pará.

 

Publicado no site Amazônia Real




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